quinta-feira, abril 12, 2007

Um canto, um buraco


A noite tá linda e eu só preciso de um canto,
Uma poltrona, uma cadeira, um chão
Para chorar
Colocar para fora tudo o que sinto
Cair na real
Sair desse mundo atrodoado, lotado, atarefado.
Só preciso de um canto
Para pensar
Voar longe
Sentir dor pela humanidade
Como uma progenitora decepcionada
Sinto como se todos tivessem saído de mim
Só preciso de um canto
Sentir o encanto de viver, respirar
Poder olhar as estrelas, sentir o cheio da noite fria,
Ouvir a voz do silêncio.
Ver a vida em sua essência
Pensar que nada é para sempre
Que um dia tudo acaba
Meu pai,
Quanta falta sentirei
Um vazio, um buraco em mim
Só preciso de um canto,
Um lugar qualquer
Onde eu possa sentir a vida passar.
Créditos: Google Imagens.

Dor


Essa dor me corrói
Mexeu com o que eu mais amo
E eu me entrego aos poucos
Aos prantos, de repente, em um lugar
Acordo, está tudo bem
Levo o dia
E ela vem e me desanda
Quando eu abro os olhos para ele
Ela vem e me faz ver
O quanto ele é importante
O quanto vou sentir sua falta
Vou conseguir viver sem ele?
Ele é meu alicerce, minha base, meu espelho, meu orgulho
Me ensinou a falar, a andar, segurava minha bicicleta para eu não cair
Contou estórias de ninar
Brincou de pique, de carniça, de passaraio
Me deu conforto, carinho, colo, amor
Suou para me dar os brinquedos que eu queria
Me ensinou a viver
Me levou nos parques, na praia, na mata
Juntos fizemos inúmeras viagens
E, quando chegou a adolescência
Ele era meu amigo, meu confidente, meu motorista
Meu banco, meu conselheiro
Me ensinou a ter fé, esperança
Nada abalava ele
Nem a morte, nem o desemprego, nem a distancia, nem a fome
Lá estava ele sorrindo
Mesmo fudido, sempre ajudou
O padre, os pobres, os amigos, a família
Ô pai, você é minha vida! Estaremos pra sempre juntos!


Crédito: Imagens do Google Images.